CAVALO
DE AÇO
Em
1973 a TV Globo lançava a novela: CAVALO DE AÇO.
O cenógrafo e artista plástico Cyro del Nero assinou a imagem ícone de abertura da novela.
O cenógrafo e artista plástico Cyro del Nero assinou a imagem ícone de abertura da novela.
Só
conheci Cyro muito tempo depois, em 1987. Quando detalhei a Video
Trade Show.
Por
período de 23 anos, trabalhei com ele diversas vezes. Alguns
trabalhos se estendiam por um dia, uma semana, um mês, ou podiam
perdurar por vários meses. Vez por outra, íamos almoçar juntos,
quando o tempo permitia.
Podia ser uma cantina italiana, um restaurante japonês, uma churrascaria. Mas um lugar era especial: o Viena do Shopping Eldorado. Lá todas as mesas eram guarnecidas com uma toalha de papel especial, e no centro um pote com quatro estacas de giz de cera: azul, vermelha, amarela e preta..
Invariavelmente Cyro pegava a azul e começava a desenhar. Quase sempre um cavalo, mas não um cavalo comum, era um cavalo no mais puro estilo grego. As garçonetes retiravam essas toalhas delicadamente ao servirem os pratos. Até hoje não sei onde foram parar aqueles desenhos. Quem sabe na parede da casa do gerente ou de algum funcionário?
Podia ser uma cantina italiana, um restaurante japonês, uma churrascaria. Mas um lugar era especial: o Viena do Shopping Eldorado. Lá todas as mesas eram guarnecidas com uma toalha de papel especial, e no centro um pote com quatro estacas de giz de cera: azul, vermelha, amarela e preta..
Invariavelmente Cyro pegava a azul e começava a desenhar. Quase sempre um cavalo, mas não um cavalo comum, era um cavalo no mais puro estilo grego. As garçonetes retiravam essas toalhas delicadamente ao servirem os pratos. Até hoje não sei onde foram parar aqueles desenhos. Quem sabe na parede da casa do gerente ou de algum funcionário?
Pioneiro,
Cyro sempre esteve muito à frente de seu tempo. Quer na concepção
de seus projetos, quer nas soluções técnicas. Seu Cavalo de Aço é
uma simbiose entre o animal e a máquina, um verdadeiro conceito
biônico-cibernético em plena década de setenta. A fusão perfeita
entre o moderno da tecnologia e a ancestralidade animal: o hibridismo
evocando a escultura helênica do período clássico.
Outro
talento de Cyro del Nero, era sua grande fluência com a palavra. Seu
blog com verdadeiras aulas de cenografia iluminação cênica e
indumentária teatral estão na internet. Seus livros, entre eles,
Máquina para os Deuses, narra suas experiências como cenógrafo e
serve como guia para quem quer se dedicar a esse metier. Em um
minuto, em seu inesquecível programa de rádio, Cyro conseguia criar
um suspense que prendia o ouvinte até o fim da narrativa da
Celebração do Dia.
Professor
de graduação e orientador de pós graduação da USP, nos cursos de
cenografia e indumentária teatral, ajudou na formação de inúmeros
profissionais que militam atualmente em teatros pelo Brasil afora.
(
Esse texto é um tributo ao Cyro Del Nero, que estava anos à frente
de sua época)